Jogar não é só pra quem quer, mas principalmente pra quem sabe!!

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Malandrão eu? Não, ninguém é bobo. Se quer guerra terá, se quer Paz, quero em dobro... Frase, por Racionais Mcs

quinta-feira, 13 de junho de 2013

COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013

A ENORME DIFERENÇA ENTRE O BRASIL E A ESPANHA

Em 12/06/2013 Fábio Sormani
Site Terra


A Espanha bateu a Irlanda ontem em Nova York por 2-0. Mas tomou sufoco no final e Casillas, que substituiu Valdés durante o jogo, saiu de campo saudado por todos como o responsável pela vitória da Fúria.
Nada pra se preocupar. A Espanha treina e se arruma para a Copa das Confederações, na qual ela debuta no próximo domingo, às 19h de Brasília, contra o Uruguai, na Arena Pernambuco.
Atual campeã do mundo e bi europeia, a Espanha nunca venceu uma Copa das Confederações. Os jogadores e o técnico Vicente Del Bosque querem o troféu. O time vem praticamente com o que tem de melhor ao Brasil.
Será, esperam todos, o adversário do nosso selecionado na final da competição, marcada para o dia 30 de junho, no Maracanã. Qualquer uma dessas duas seleções em Salvador, no mesmo dia 30, disputando o terceiro lugar, será uma grande decepção.
Se depender dos espanhóis, acho que não tem com o que se preocupar. O que preocupa é o Brasil, que não se ajeita e nem consegue jogar bem. Mas é compreensível que isso ocorra.
Há uma grande diferença entre brasileiros e espanhóis.
Enquanto os ibéricos estão juntos há pouco menos de uma década e nesse período ganharam duas Eurocopas e o Mundial passado na África do Sul, o time brasileiro foi totalmente reconstruído. Pior, isso ocorreu há pouco tempo.
Vejam as diferenças…
Dez jogadores que participaram destas três conquistas pela Fúria estarão no Brasil: Xavi, Iniesta, Fabregas, Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos, Albiol, Reina, David Silva e Fernando Torres.
Do time campeão da Euro de 2008, nada menos do que 15 jogadores foram chamados para o Mundial da África do Sul, dois anos depois. E para a Euro do ano passado (Ucrânia e Polônia), foram convocados 18 atletas campeões mundiais em 2010.
Agora para esta Copa das Confederações, a Espanha repete 20 dos 23 jogadores que estiveram na Euro do ano passado.
Podemos colocar neste rol de torneios a Copa das Confederações passada, disputada na África do Sul em 2009, única competição que a Espanha não ganhou de 2008 para cá. Daquele time que foi eliminado pelos EUA nas semifinais (0-2) e depois bateu a África do Sul na disputa do terceiro posto (3-2), nada menos do que 14 jogadores estarão no Brasil.
Quer dizer: o time, além de bom, está afinado.
Isso tudo sem falar que o técnico Vicente Del Bosque comanda a Fúria desde 2008, quando substituiu Luis Aragonés, que deixou o cargo logo depois do título da Euro.
Ao contrário do Brasil, onde existe esta infantilidade de que técnico campeão do mundo tem que pedir demissão do cargo, pois não tem mais nada para conquistar, na Espanha se pensa diferente e, consequentemente, o trabalho tem continuidade. Del Bosque renovou contrato até 2015.
É exatamente esta ausência de continuidade no trabalho e a consequente falta de entrosamento um dos grandes adversários da nossa esquadra nesta Copa das Confederações. Dos 23 convocados por Felipão para o torneio que começa neste sábado, apenas três jogadores (Júlio César, Daniel Alves e Thiago Silva) estiveram na Copa do Mundo da África do Sul. Além deles, Fred participou do Mundial de 2006, na Alemanha.
Isso quer dizer que 19 atletas do Brasil não têm experiência de Copa do Mundo.
Se formos levar em conta competições oficiais, oito dos jogadores chamados por Felipão disputaram a Copa América passada, na Argentina: Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Jadson, Lucas, Neymar e Fred. Destes, Daniel Alves e Fred participaram da anterior, disputada na Venezuela.
E da Copa das Confederações da África do Sul, apenas Júlio César e Daniel Alves são remanescentes.
Como disse acima, um de nossos maiores adversários é a falta de continuidade no trabalho e a reboque vem o desentrosamento. Entrosamento, como dizia o velho Cilinho, não se compra na farmácia; adquire-se com o tempo.
Ao se mudar o comando da CBF, com a saída de Ricardo Teixeira e a entrada de José Maria Marin, mudou-se também o treinador. Com a saída de Mano Menezes e a entrada de Felipão, dois anos de trabalho foram jogados no lixo.
Por conta disso tudo, é muito exigir que a seleção, neste momento, depois de três semanas de treino, encare de igual para igual a Espanha. Espanhóis, como vimos, que estão juntos há pouco menos de uma década e que contam com jogadores extraordinários e um treinador que dirige a Fúria há cinco anos.
Por conta disso tudo, é covardia exigir que Neymar, Lucas e Oscar carreguem nosso selecionado nas costas, principalmente Neymar, que realmente vive uma má fase danada e já faz algum tempo. As individualidades aparecem por conta do coletivo. Se não existe o coletivo, fica difícil que se desponte um ou outro jogador.
Talvez o Brasil chegue à final da Copa das Confederações e até seja campeão. Afinal é um torneio de tiro curto, onde surpresas aparecem e às vezes não há tempo para recuperação.
Mas se formos levar em conta a lógica, não há motivos para se esperar muita coisa do Brasil. Talvez nem mesmo sua presença na final desta Copa das Confederações.

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